sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O TEMPO


Gente novamente falarei do tempo. Acho que a idade está chegando e eu cada vez mais preocupado com ele. Este final de ano resolvi fazer um balanço da minha vida. Comecei a contar da minha infância mesmo, afinal queria saber se realmente eu a aproveitei. Nossa fiquei aliviado ao notar que esta fase da minha vida foi bem aproveita, e em alguns casos e momentos dela exagerei pela pouca idade.

Tive a oportunidade de me ver ainda garotinho com o uniforme do Paulistano futebol clube, magrinho, magrinho. Quem me conheceu naquela época hoje não me reconhece pela transformação que passei. Afinal hoje estou com muitos quilos acima daquele peso pena da época de infância. Mas em compensação, muito mais responsável.

Tenho amigos que vivem me perguntando onde escondi o Titta, aquele mesmo que vivia circulando por toda São Paulo sem destino. Moleque de tudo vivia se metendo em confusão. O engraçado é que quase nunca era o responsável por arrumar as confusões, mas quando via já estava no meio da briga batendo em todo mundo. Ainda bem que aquela fase passou.

A fase seguinte com certeza foi a mais marcante, afinal foi nessa fase que comecei a ter minha liberdade. Conheci pessoas maravilhosas que me ensinaram muito sobre a vida. Mas conheci alguns que quiseram me ensinar o que não fazer da vida. Graças a Deus e a minha mãe que me educou muito bem, estes amigos fiz questão de ter por perto, mas me mantinha longe das suas atividades. Muitos deles já se foram, outros estão perdidos no mundo e eu aqui podendo relatar tudo de cabeça erguida.

Nesta época virei promoter de uma das mais conceituadas casas de São Paulo, o inesquecível Vektra, lugar que era freqüentado por milhares de adolescentes todos os domingos nas suas matinês. Todo domingo era a mesma coisa, davam duas horas da tarde dava um tapa no visual, encontrava os amigos no metrô conceição e seguíamos até o bairro da bela vista, precisamente na Rua Martiniano de Carvalho, bem no seu início perto do número 30.

Antes mesmo de chegar à rua já avistávamos a fila das 100 primeiras, afinal elas não pagavam para entrar, mas sempre aparecia mais de 500 mulheres para entrar na faixa. Não reclamávamos isso era sinal que a tarde seria assim linda. Fiquei como promoter do Vektra por dois anos, neste tempo também fui promoter do Colúmbia, Kripton, Guess, Cheers, Ball Haus entre outras. Era a vida que todo adolescente queria, festas, mulheres bebidas e tudo de graça. O único trabalho que tínhamos era distribuir convites nas portas dos colégios.

Depois desta época conheci a balada que ficará para sempre na minha memória, a TOCO, lugar onde o DJ Mark começou a tocar. Não tinha nem idade para entrar, mas sempre dava meu jeito e ficava ali vendo o Marquinhos tocando a noite toda, eu adorava a batida das músicas. Fiz muitos amigos ali na Vila Matilde. O que me cansava mais era o retorno da Vila Matilde ao Jabaquara, afinal rodava quase toda a linha vermelha e azul para retornar à minha casa após as noites da TOCO.

Por várias vezes dormi no metrô e só acordava depois de está refazendo o caminho de volta para a zona norte. Alguns amigos me chamavam de Deputado, afinal toda vez que saíamos sempre conhecia alguém na balada, não importava onde estivéssemos sempre tinha um conhecido. A minha resposta era a mesma, VIVO A VIDA....

Com o passar do tempo fui ganhando responsabilidade em casa e fui deixando esta vida. A única coisa que me fazia sair de casa era meu samba na vila Guarani, famosa VG e as mulheres. Foi ali na Guarani que conheci meu primeiro amor, mulher que marcou minha juventude e sei que eu a dela.

Vivemos momentos lindos. Era uma mistura de amor e ódio, mas infelizmente acabou de uma forma que não foi tão boa e nos marcou também. Hoje em dia somos amigos e até trocamos mensagens por MSN, mesmo ela morando em outro país. Depois do fim do nosso namoro coloquei na cabeça que iria estudar e assim fiz, mas sempre que possível dava uma passadinha nos sambas da Guarani e Bela vista.

Olho para trás e vejo que fiz tudo o que uma pessoa na minha idade deveria fazer, a única coisa que não fiz foi ficar trancado em casa jogando vídeo game. Sempre achei isso desperdício de tempo, mas não critico quem vive assim. Só acho que o tempo passa rápido para gastarmos ele todo dentro de um quarto em frente a uma tela de televisão. Ah, as mulheres este é um capítulo que ficara somente na memória, cada uma com a sua característica e qualidade.

Tudo o que vivi foi verdadeiro, mesmo sendo apenas um dia, horas, minutos ou anos. Vejo o tempo correr e isso me preocupa, afinal tenho que aproveitá-lo da melhor forma. E é isso que farei daqui para frente.

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